Os paralelos da vida não são mais do que o caminho que nos enclausura sempre com um intuito de nos levar a algo, a alguém. Mas mais do que nos apercebermos desta orientação , há sempre mais uma questão que nos demarca ao longo destes paralelos muitas vezes obscuros, que não é mais do que a incerteza do fim. Podemos sempre ter a esperança que este (fim) seja sempre agradável, ou então menos mau. O que é certo é que a incógnita nos faz despoletar quase sempre sentimentos de sofrimento e de receio, porque é isso que o desconhecido nos provoca. Este é o caminho que me tem sempre feito sofrer por antecipação, mas hoje, sim hoje, por graças ao pensamento nao racional e devido apenas à tentativa de libertar a parte espiritual do eu mais íntimo que tenho; arranquei algumas chaves à besta das antiguidades, não todas porque as forças são ainda limitadas. Estou aprendendo que é bom sermos frágeis no campo sentimental e perceber que não devemos nem ter medo do pano que encobre fim do caminho paralelo, nem do próprio caminho que andamos tanto e tanto tempo. Deixar a lança, o escudo, o elmo, a espada dos espartanos, guerreiros indomáveis pela lei pela qual se regiam, e ver que nem todos nos querem atacar, subjugar, melindrar-nos. Com ajuda percebi que sou amado e odiado pelo que sou, pelo que fui, e pelo que serei, amanhã, daqui a 20 anos; mas principalmente perceber que sou aceite desta forma, e então está na altura de baixar as armas e abraçar a paz por momentos, para que este caminho paralelo seja menos doloroso e menos cansativo, e acima de tudo mais PROVEITOSO. Beijo grande para todos os que aqui partilham o meu espaço, pequeno, por vezes blasfemo, mas acima de tudo personificado. Agradeço a imagem que retire da Galeria Brandão que nos delicia com a arte mais simples e completa da paz da interpretação, onde as questões são as respostas da arte. Abraço temavondo.